Segurança do Trabalho

Everaldo Pinehiro

A DSTr passou por uma reestruturação em 2022, com a mudança do Coordenador. Com isso, houve nova priorização dos projetos.

O primeiro desafio enfrentado foi a falta de treinamento específico das equipes para adequado uso do sistema Senior no que se refere às normativas recém-publicadas.

Diante dessa dificuldade, logo após a reestruturação da Divisão e ainda em 2022, foram realizados dois grandes treinamentos com toda a equipe. Um foi ministrado in company pela própria empresa Senior Sistemas, sobre todas as telas, produtos e soluções que o sistema oferece. Outro foi oferecido por servidores da própria equipe DSTr, sobre a criação de ferramentas de coleta e análise de dados para o PGR.

Enquanto esses treinamentos aconteciam, percebemos que a equipe tinha poucos servidores e precisava ser ampliada para enfrentar novos desafios e assumir outros projetos. Assim, foram solicitados e aprovados concursos para Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Fisioterapeuta do Trabalho com especialização em Ergonomia, que aguarda publicação do edital para a contratação de dois servidores.

Devido aos concursos, houve longa espera até a contratação dos profissionais qualificados, o que só aconteceu há cerca de oito meses. No entanto, isso não impactou significativamente os objetivos da Divisão.

Ainda sobre a equipe, a Seção de Prevenção e Combate a Incêndios – SPCI, bem como seus servidores, foi transferida para Diretoria Executiva de Planejamento Integrado – DEPI, em comum acordo, uma vez que lá seria possível abordar a prevenção e o planejamento dos Autos de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCBs de maneira mais integrada, coesa e estratégica para a Universidade.

Também foi preciso contratar uma empresa especializada para avaliar a presença de produtos químicos nos diversos ambientes de trabalho. O processo demorou mais do que o esperado e só foi concluído no final de 2024. No entanto, as avaliações quantitativas já começaram e seguirão ao longo de 2025.

Além disso, a DSTr é responsável por indicar, comprar e fornecer os equipamentos de proteção individual na Universidade. No entanto, as mudanças recentes na legislação, especialmente a nova Lei de Licitações, impactaram bastante as compras, dificultando o fornecimento regular de alguns itens. Esses problemas foram apenas parcialmente resolvidos e ainda geram desafios relevantes para a Divisão.

Em 2022, todas as adaptações no sistema Senior foram feitas para garantir que a Universidade enviasse todos os eventos S-2240 para o eSocial dentro do prazo.

Com isso, em janeiro de 2023, 100% dos eventos foram enviados para o eSocial, sem nenhuma pendência por parte da Segurança do Trabalho.

Desde então, todo mês a DSTr verifica a necessidade de ajustes nos eventos, acompanhando todas as contratações e mudanças de riscos dos servidores CLT. Foram mais de 3.800 eventos do eSocial enviados nesse período.

Sobre o PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, a DSTr se reorganizou e assumiu a Célula de Ergonomia, antes integrada à DSO, e montou uma equipe multiprofissional para cumprir a legislação que exige que a Universidade tenha um programa para gerenciar os riscos aos quais seus servidores estão expostos.

Com o PGR, são realizadas vistorias e levantamentos em toda a Universidade para, além de cumprir exigência legal, identificar todos os riscos presentes no ambiente de trabalho, sejam físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, de acidentes ou psicossociais.

O levantamento de riscos ergonômicos será o primeiro a ser feito e registrado de forma técnica para todos os servidores.

Ainda nesse sentido, a Célula de Ergonomia da DSTr atuou em três grandes frentes:

  1. Ginástica laboral: projeto que já existiu na Unicamp e que foi reiniciado no ano de 2024 com objetivo de atuar diretamente como medida preventiva de lesões musculoesqueléticas e atua na socialização e qualidade de vida dos servidores;
  2. Interface com DGA: parceria para a definição de registros de preço destinados à aquisição de mobiliários adequados para toda a Universidade, onde realizamos análises rigorosas para garantir padrões de qualidade e durabilidade. A longo prazo, nossa intenção é participar da compra de diversos produtos e móveis, para garantir o cumprimento dos requisitos ergonômicos. Atualmente, a Comissão de Mobiliário da DGA é presidida por um membro da Célula de Ergonomia da DSTr. Essa atividade requer planejamento técnico das aquisições, incluindo a avaliação dos descritivos de mobiliário e a necessidade de avaliação técnica de amostras. No contexto do pregão atual da DGA (PE DGA 90035/2024 – processo 11625/24 – RP cadeiras), já iniciamos a análise de mais de 20 amostras de cadeiras, buscando aquelas que apresentam a melhor qualidade para a aquisição de mais de 6.000 itens para a Universidade.
  3. Análises ergonômicas do trabalho: documentos exigidos por lei que descrevem tecnicamente os perigos e riscos ergonômicos que os servidores estão expostos em sua rotina laboral. Isso engloba desde os mobiliários como cadeiras e mesas até as rotinas com levantamentos de cargas ou posturas biomecânicas incorretas.

Para a revisão dos adicionais de insalubridade e periculosidade, foram contratados Engenheiros de Segurança do Trabalho por meio de concurso público para integrar a equipe responsável pelos Laudos Técnicos e Adicionais. Atualmente, a Seção conta com 4 desses profissionais, o maior número na história da Universidade. Esses engenheiros são especializados e capacitados para realizar a análise técnica sobre a concessão ou não dos adicionais.

Destaca-se que a revisão de todos os adicionais dos servidores da Unicamp está quase concluída, com cerca de 85% da Unicamp já analisada por meio de laudos individuais de insalubridade e periculosidade.

Além disso, foi criado um sistema de gestão dedicado a esse processo, totalmente implantado e informatizado, o que trouxe mais agilidade, confiabilidade e precisão nos laudos realizados, e que pode ser acessado em https://www.siarh.unicamp.br/gist.

Na revisão das normativas internas, a DSTr finalizou a proposta da Política de Segurança no Trabalho da Universidade, que resultou na publicação da Deliberação CAD-A-007/2025.

1500
visitas técnicas
180
cotas PG atendidas
2136
ordens de serviço atendidas
1402
integrações de segurança
197
avaliações para análise e prevenção de acidentes de trabalho
320
PPPs emitidos
12000
equipamentos de proteção individual fornecidos
851
empresas integradas com avaliação de documentação de segurança do trabalho
6908
trabalhadores terceirizados com integração de segurança
214
relatórios de não conformidades relacionados às empresas terceirizadas

O principal avanço foi a atualização técnica e o reforço na equipe. O número de profissionais especializados aumentou, o que possibilitou um melhor gerenciamento dos processos.

A contratação de um profissional de Educação Física foi fundamental para retomar a ginástica laboral, além da inclusão de estagiários em Educação Física, Fisioterapia e Técnico de Segurança do Trabalho, que também contribuíram significativamente para o desenvolvimento da área.

Diversos processos foram informatizados e programas de gestão específicos foram criados, facilitando o controle, a visualização e a identificação de erros nas rotinas administrativas e técnicas.

A interface da Divisão com a Universidade como um todo melhorou significativamente, permitindo a conclusão de projetos em várias Unidades nos últimos anos.

Foi criado um posto avançado em Limeira e contratado um Técnico de Segurança exclusivo para esse local, tendo em vista as grandes obras recentemente aprovadas e a possibilidade de expansão nos campi localizados naquela cidade.

É importante destacar que o clima organizacional e o nível de satisfação dos servidores da Divisão melhoraram consideravelmente, o que facilitou o enfrentamento dos desafios e das dificuldades de forma mais unida e coesa.

A principal proposta para o futuro da DSTr é manter e aprimorar o que foi implantado nos últimos anos. Realmente acreditamos num processo de melhoria contínua.

Diante da expansão da equipe, torna-se fundamental a adequação do espaço físico da Divisão para receber e acolher adequadamente todos os servidores, e ser exemplo do cumprimento legal para a Universidade. Ou seja, é necessário respeitar internamente todas as normas legais e de ergonomia para que seja possível cobrar isso das Unidades e Órgãos.

Quanto ao PGR, o objetivo é concluir 100% da Universidade até o primeiro semestre de 2026. Após isso, daremos continuidade ao programa com reavaliações e aperfeiçoamentos constantes.

Para os 2027 e 2028 buscaremos a Certificação Internacional de Gestão em Segurança do Trabalho, um reconhecimento que validará a excelência do trabalho desenvolvido ao longo dos anos anteriores.

Na área de ergonomia, aguardamos com expectativa a chegada de dois novos profissionais, o que nos permitirá expandir as avaliações ergonômicas e proporcionar abordagem ainda mais técnica e humanizada nas relações de trabalho dos servidores da Universidade.

Em relação ao fornecimento de equipamentos de proteção individual, uma análise técnica sobre o tema e sua forma de aquisição já foi iniciada. Diante da nova Lei de Licitações, a DSTr adotará novo modelo de contratação, mais ágil, eficiente e alinhado às necessidades imediatas de segurança nos ambientes de trabalho.