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Nesta última sexta (03), servidores da Unicamp, principalmente da área da saúde, se reuniram no Auditório da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) para o terceiro Encontro Refletir. O evento, promovido pela CGU (Coordenadoria Geral da Unicamp) em parceria com a DGRH, propõe oferecer espaço para conscientização e debate para servidores, docentes e alunos sobre temas relacionados à vivência no campus.

Como na edição de novembro do ano passado, o tema deste Encontro foi assédio moral e como se manifesta nas relações de trabalho, contando com palestra de Roberto Heloani, docente da Faculdade de Educação (FE) / Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e um dos maiores especialistas da Unicamp no assunto.

Na mesa de abertura estavam o professor e assessor da CGU José Marcos da Cunha e o presidente da Adunicamp (Associação de Docentes) Paulo Cesar Centoducatte. Também estava prevista a presença de Elisabeth Cardozo, diretora do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp), que por problemas relacionados à entidade, chegou durante a palestra.

Assédio moral faz mal à saúde

A palestra ministrada por Roberto Heloani serviu para que o tema fosse explorado de forma ampla, com o intuito de apresentar ao público as várias formas do assédio moral nas relações interpessoais, com foco especial nas relacionadas ao trabalho. O professor possui longo histórico de pesquisas e projetos sobre o assunto.

Segundo Heloani, assédio moral se caracteriza por “conduta abusiva, intencional, frequente e repetida que visa diminuir, humilhar, e constranger um indivíduo ou um grupo”. Um dos grandes problemas sobre o tipo de assédio em questão é a forma como atinge a dignidade e coloca em risco a integridade (tanto profissional como pessoal) dos afetados. É exatamente por isso que o assunto é tão relevante para conscientização e debate, principalmente no ambiente universitário, onde se observa o crescimento de ocorrências.

Em sua fala, Roberto ressaltou alguns dos incontáveis casos de assédio que presenciou e/ou lidou na área da saúde. Para ele, o aumento da taxa de ocorrências na área é inadmissível, levando em conta que a saúde é um dos principais pilares de qualquer sociedade e que, na maioria dos casos, as consequências caem em peso sobre os próprios pacientes. Por outro lado, abordou também casos em que o afetado denunciou assédio moral quando, na verdade, se tratava de dano moral ou discriminação, considerados “mais leves”.

Para o professor, o assédio moral em si é um problema coletivo e organizacional. No trabalho, a principal lógica adotada preza a impessoalidade e resultados que possam ser contabilizados. Daí surge, por exemplo, o estabelecimento de metas abusivas, que por sua vez causam episódios de humilhação, sabotagem etc. De acordo com os dados e relatos apresentados por Heloani, na área da saúde não é diferente. E isso contamina a todos.

Na DGRH

Após a palestra, Elisabeth Cardozo ressaltou a parceria existente entre o STU e a DGRH na hora de encaminhar denúncias de casos envolvendo assédio moral (ou suspeitas). Sua fala serviu de ponte para que a Coordenadora da DGRH Cidinha Quina abordasse como o assunto é tratado no Órgão, apresentando o contexto e os trâmites existentes.

Para ilustrar a organização da DGRH no atendimento e acolhimento das vítimas, Cidinha explicou o fluxograma de estágios do processo, chamando a atenção para algumas possibilidades existentes no caminho. No Órgão, a Divisão de Planejamento e Desenvolvimento (DPD) é responsável por grande parte do encaminhamento, convocando os envolvidos, realizando as escutas qualificadas e encaminhando pareceres.

Em 2007, a Unicamp assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que determinava medidas para o combate ao assédio moral na Universidade como um todo. No ano passado, foi realizada uma audiência pública sobre o tema no HC com o procurador do Ministério Público Eduardo Amgarten, com intuito de ajustar o TAC para aprimorar a prevenção e acompanhamento das chamadas “práticas abusivas nas relações de trabalho”.

Um dos objetivos desta edição do Encontro foi facilitar a participação dos servidores da área da saúde, que devido à especificidade do trabalhado, tiveram dificuldade em se deslocar durante o expediente para participar da edição passada.

Para saber mais:

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